terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Como é fácil não fazer mostrando que algo foi feito


No fim das contas acabei mudando o título da postagem, que era para ter sido: "Políticas públicas de investimento na educação superior e a mensuração deste retorno". Como na mensagem de boas vindas, antes de entrar no assunto, e fazendo uma breve elucidação ao que eu iria expor, iniciei este que acabou se delongando. Portanto, dividi o assunto em duas postagens. Não gostei do texto abaixo, não pelo texto em si, mas porque não é o propósito deste blog entrar em questões de políticas públicas. Lógico que não vou fugir do assunto da política, mas pretendo escrever dela voltada para a educação e finanças.
    É interessante o quanto o brasileiro (e em especial o político brasileiro) é eficaz no que diz respeito a mostrar que alguma coisa foi feita quando na realidade o que é visto é bem o contrário. É certo que a língua portuguesa e a matemática auxiliam sobremaneira este fim.
    • Peguemos a matemática: Uma época trabalhei em um departamento que tinha uma atividade X, já passava do meio do ano quando cheguei neste departamento, mesmo assim, como sou um funcionário muito eficiente, em menos de quinze dias de trabalho já havia subido a produtividade desta atividade em mais de 100%. Como eu fiz isso? Simples, até o meio do ano o funcionário que tinha acrescentado esta atividade a sua rotina, por falta de pessoal, havia feito apenas 4 ações em cima dela, como quando cheguei era minha única atividade, em menos de uma quinzena eu já havia feito 5 ações para esta atividade, portanto, havia aumentado a produtividade em mais de 100% (embora eu não tivesse atingido nem 1% do necessário para o ano)
    • Peguemos agora a língua portuguesa: O uso de sinônimos e eufemismos em nossa linguagem é algo que dá um efeito espetacular, e um resultado surpreendente. Posso por exemplo dizer que: "o fulano faltou com a verdade para comigo", muito mais bonito que: "o sujeito mentiu pra mim". As pessoas agora subtraem bens ou até dizem verdades que esqueceram de acontecer (como escreveu Mário Quintana).
    Desde mil novecentos e sei lá quando, todo mês de janeiro, os jornais noticiaram e vão noticiar o desmoronamento e soterramento de pessoas, e isso acontece sempre nos mesmos municípios. A única coisa que muda de ano para ano é o sensacionalismo e as cenas cada vez mais nefastas.
      Nesse ínterim, a solução adotada,comemorada e festejada pelos representantes populares municipais foi a instalação de sirenes, as quais em momento de risco de desmoronamento entrariam em ação. Como não podia deixar de ser, a medida emergencial demorou a ser implementada, acabou virando definitiva e a definitiva nunca foi aplicada.
        Claro que no Brasil a ação do poder público além de lenta, em muitas das vezes é ineficaz. A medida adotada é falha, provavelmente pessoas indicaram a falha do projeto, mas os responsáveis e talvez até os representantes populares se omitiram, e no fim das contas o inevitável aconteceu em um município que não me recordo qual, houve uma queda de energia devido a chuva e por esse motivo as sirenes não tocaram, e o resultado foi catastrófico.
          Não vou entrar no mérito politico-partidário, até porque a responsabilidade de definir seus representantes é da população, e também por acreditar na frase que diz que cada povo tem o governante que merece.

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